Comissão de Segurança Pública do Senado aprova fim das “saidinhas” de presos
O relator, senador Flávio Bolsonaro, defende que o projeto seja chamado de “Leia Sargento PM Dias”, em homenagem ao policial militar morto por um preso durante saidinha de natal no último dia 6 de janeiro
A Comissão de Segurança Pública do Senado Federal aprovou, nesta terça-feira (6), o projeto de lei que acaba com as “saidinhas” temporárias de presos em feriados e datas comemorativas. O texto ainda precisa passar pela Comissão de Constituição (CCJ) antes de ir ao plenário da Casa.
A proposta já tramita há mais de 10 anos no Congresso. Em 2013, chegou a ser aprovada pelo plenário do Senado e, em 2022, foi aprovada na Câmara com alterações — por isso, precisou passar por nova análise dos senadores.
O relator do projeto é o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O parlamentar defendeu que a regra se chame “Lei Sargento PM Dias”, em homenagem ao policial militar que foi assassinado por um preso que estava aproveitando sua “saidinha de Natal”, no último dia 6 de janeiro.
Atualmente, os presos beneficiados com a saída temporária são os que estão em regime semiaberto, apresentam “bom comportamento” e tenham cumprido ao menos 1/6 da pena (no caso de réus primários) ou 1/4 da pena (se reincidentes).
Flávio Bolsonaro acatou uma emenda apresentada pelo senador Sergio Moro (União Brasil-PR) que propõe a manutenção da saída temporária restrita aos presos em regime semiaberto que tenham “trabalho externo” ou frequentem curso supletivo profissionalizante ou de instrução do ensino médio, ou superior, reforçando que “o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes”. O benefício, no entanto, não será concedido ao condenado por cr1me hediondo ou cr1me com violência ou grave ameaça contra pessoa.
“São recorrentes os casos de presos detidos por cometerem infrações penais durante as saídas temporárias. É necessário compreender que o nosso sistema carcerário infelizmente encontra-se superlotado e, em muitos Estados, com instalações precárias, o que impede a devida ressocialização dos presos. Assim, ao se permitir que presos ainda não reintegrados ao convívio social se beneficiem da saída temporária, o poder público coloca toda a população em risco”, argumenta Flávio Bolsonaro.