4 VEZES EM QUE ANIMAIS CHAPARAM NA NATUREZA

O uso de substâncias alucinógenas para fins recreativos não é uma exclusividade do ser humano. Existem inúmeros relatos de animais que gostam de se chapar, e em alguns casos isso pode ter até um contexto cultural.

Esse tipo de situação chamou a atenção nas redes sociais recentemente, quando uma ursa decidiu comer um mel alucinógeno na Turquia. Quer conhecer esse e outros casos — alguns bem inusitados — de animais que chaparam na natureza? Abaixo listamos quatro vezes em que isso já aconteceu.

1. A ursa e o “mel louco”

Começando pelo caso da ursa. Batizada de Balkiz, a jovem invadiu uma fazendo que produz deli bal, o “mel louco” que é feito a partir da flor de rododendro. Em grandes quantidades, esse mel pode ter efeitos alucinógenos, e foi aí que a ursa experimentou a viagem mais alucinante da sua vida.

Após ingerir o mel, Balkiz ficou desorientada. O filhote de urso foi registrada na caçamba de uma caminhonete, balançando e choramingando. Ela foi levada até um veterinário, que fez exames para garantir que estava tudo certo com o animal. Alguns dias depois ela foi solta em uma floresta novamente.

2. Passa o baiacu

Um dos casos mais interessantes acontece com golfinhos que utilizam toxinas presentes em baiacus para entrar em um estado de transe. O que há de mais curioso aqui, é que os golfinhos compartilham os peixes. Após um deles apertar delicadamente o baiacu com sua boca, ele entrega o peixe para um golfinho que está próximo. Isso indica que este comportamento possui um fator cultural entre esses mamíferos aquáticos.

Além disso, os golfinhos demonstram saber como utilizar o baiacu de modo a causar o efeito desejado. Em grandes quantidades, a toxina liberada pelo baiacu é fatal. Em um documentário feito para a BBC, o zoólogo Robert Pilley comentou que após todo o grupo usar o baiacu, os golfinhos demonstraram um comportamento peculiar, nadando com os focinhos do lado de fora da superfície.

3. “Chá” de cogumelos

Cogumelos psicodélicos são usados por diferentes comunidades para os mais diferentes fins. Mas não são apenas os humanos que usam fungos para ficar chapados. Alces e caribus são conhecidos por procurar na neve, cogumelos que em determinadas concentrações podem causar alucinações.

Os caribus que estão sob a influência desses cogumelos, costumam se separar de seus rebanhos, o que pode ter um custo alto. Como eles ficam em um estado vulnerável, sua intoxicação facilita o ataque por predadores.

A urina desses animais também tem um interesse para humanos. Na Sibéria, Escandinávia e outras regiões onde caribus são comuns, as pessoas utilizam a urina dos animais que consumiram os cogumelos. Depois de passar pelo sistema do caribu, os agentes psicoativos dos fungos são mais potentes que o efeito mais poderoso dos cogumelos.

4. O pulo do ópio

A papoula é uma planta muito utilizada no mundo para a produção de morfina e outros analgésicos. É do seu fruto que é extraído o ópio, que além do efeito analgésico, também pode ser usada como uma droga.

Na Austrália — que produz cerca de 50% do ópio legal do mundo — cangurus às vezes são vistos nas fazendas de papoula e se alimentando do seu fruto. Em 2009, a procuradora-geral da Tasmânia, Laura Giddings, relatou que os cangurus estão causando grandes problemas para a segurança das plantações.

O mais curioso é que depois de consumir a papoula, os animais foram vistos andando em círculos pela fazenda, completamente desorientados. Além disso, como o ópio causa dependência, existem relatos de cangurus retornando aos campos para se alimentar novamente.