Dentista é presa após fazer procedimentos estéticos e deformar rostos de pacientes
Segundo a polícia, mais de dez pacientes já foram ouvidos, além de ex-funcionários, que relataram que a dentista não aceitava qualquer crítica ao seu trabalho.
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) prendeu preventivamente, nesta terça-feira (30/1), uma dentista suspeita de fazer procedimentos estéticos e deformar rostos de diversos pacientes, em Goiânia.
Segundo a corporação, também foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em endereços ligados à investigada, em Goiânia e Santa Bárbara.
A investigação ainda apontou que o instituto coordenado pela profissional, localizado no Setor Oeste, em Goiânia, foi alvo de busca e apreensão em um inquérito instaurado para apurar os cr1mes de exercício ilegal da profissão e execução de serviço de alta periculosidade.
Procedimentos estéticos vedados
Conforme a PCGO, a dentista e outros três profissionais que atuavam no local realizavam procedimentos estéticos expressamente vedados pelo Conselho Federal de Odontologia.
As cirurgias plásticas nas regiões dos olhos, boca, orelha e queixo eram ofertadas nas redes sociais dos odontólogos por valor abaixo do mercado.
A dentista presa, que possui mais de 650 mil seguidores nas redes sociais, fazia as vendas abertamente e também ministrara cursos para que outros profissionais de saúde realizassem as cirurgias sob sua “supervisão”.
Conforme a corporação, na primeira fase da operação foram encontrados diversos instrumentos cirúrgicos, anestésicos e medicamentos vencidos na clínica da investigada.
Os materiais foram apreendidos e descartados pela Vigilância Sanitária, que também autuou a dentista por infrações administrativas, dentre elas, a inadequação do alvará sanitário do estabelecimento, que não autorizava a realização de nenhum procedimento invasivo.
Reclamações de pacientes contra a dentista
O celular do estabelecimento foi apreendido e a polícia descobriu que inúmeras pessoas ficaram com rostos deformados após a realização de cirurgias com a dentista e/ou com seus “alunos”.
Em uma das mensagens, um paciente disse que foi chamado de doido ao reclamar que o nariz ficou ‘aleijado. “Vocês ficaram rindo da minha cara”, disse.
Outra paciente se demonstrou totalmente insatisfeita com o serviço e disse que realizaria o reparou com outro profissional.
Até o momento, a Polícia Civil colheu declarações de mais de dez vítimas da dentista, bem como depoimentos de ex-funcionários do instituto.
Todos confirmaram a realização das cirurgias proibidas em local inadequado, gerando grave risco à integridade física dos consumidores. Segundo a polícia, as pessoas ouvidas também relataram que a dentista não aceitava qualquer crítica ao seu trabalho, tratando os pacientes com descaso.