10 anos após Lava-Jato, empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção voltam a participar de licitações da Petrobras
Nos últimos dez anos, a Operação Lava Jato desencadeou um verdadeiro terremoto no setor de infraestrutura e construção pesada no Brasil. Essa operação, ao revelar esquemas de corrupção que atingiram profundas raízes nas grandes empresas de engenharia do país, resultou em significativas transformações que ainda ecoam na indústria. Muitas companhias foram penalizadas com multas expressivas, e várias outras enfrentaram processos de recuperação judicial ou até mesmo falência.
Esse cenário turbulento gerou um ambiente de mudanças e incertezas no mercado, afetando a capacidade operacional e financeira de empresas tradicionais. A operação não apenas reestruturou as práticas de mercado, mas também propiciou o surgimento de novos paradigmas de transparência e governança corporativa, reforçando a importância de programas robustos de compliance.
Empreiteiras como Andrade Gutierrez e Novonor (ex-Odebrecht) estão renegociando acordos e buscando obras públicas. Recentemente, em 15 de dezembro, essas empresas se destacaram no leilão para a retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima, um dos principais casos da operação. Elas foram reabilitadas em julho do ano passado, após serem proibidas de disputar contratos da Petrobras devido às condenações por corrupção.
Quais foram as principais consequências para as grandes empreiteiras?
Com a deflagração da Lava Jato, as grandes empreiteiras brasileiras passaram por um intenso processo de transformação. Antigas gigantes como Odebrecht, hoje Novonor, e OAS tiveram que se adaptar a uma nova realidade de mercado, submetendo-se a acordos bilionários e reformulando suas estratégias de negócio. O impacto mais visível foi a drástica redução de suas operações, com algumas empresas encolhendo para um décimo de seu tamanho original.
Como reflexo dessas mudanças, o faturamento do setor caiu vertiginosamente, enquanto a necessidade de liquidação de ativos se tornou uma constante. Empresas como a Odebrecht se desmembraram de seus braços mais lucrativos, passando a concentrar esforços na sobrevivência de áreas centrais. Além disso, o mercado de trabalho sofreu com cortes de empregos e a diminuição de oportunidades na indústria de construção pesada.