Em comunicado, os líderes do G7, o grupo de sete das maiores economias do mundo, que estão reunidos na Alemanha, chamaram o ataque de “crime de guerra”, e defenderam que Vladimir Putin e todos os envolvidos sejam responsablizados. Na cúpula, que termina nesta terça-feira, o grupo acertou a imposição de novas medidas contra Moscou, como um embargo sobre as exportações de ouro e um plano para um teto de preços ao petróleo russo, que ainda será confirmado.
“Não vamos descansar até que a Rússia coloque fim à sua guerra cruel e sem sentido na Ucrânia”, diz o comunicado.
O presidente francês, Emmanuel Macron, em uma publicação em russo no Twitter, chamou o ataque de “horror completo”.
“Compartilhamos a dor das famílias das vítimas. E raiva diante de tanta maldade. O povo russo deve ver a verdade”, escreveu, compartilhando um vídeo do ataque.
Em um tuíte, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que o “mundo está horrorizado com o ataque de míssil” russo, “a mais recente em uma série de atrocidades”:
“Vamos continuar a apoiar nossos parceiros ucranianos e responsabilizar a Rússia, incluindo os responsáveis pelas atrocidades”, afirmou o chefe da diplomacia de Washington.
O Kremlin ainda não fez comentários sobre o ataque, mas nega mirar civis em sua “operação militar especial” — nome pelo qual chama a operação militar que completou quatro meses na última sexta. Vadym Denysenko, conselheiro do Ministério do Interior, disse à Reuters que o Kremlin pode ter tido três motivos para o ataque:
— O primeiro, indubitavelmente, é disseminar pânico. O segundo é destruir infraestrutura — afirmou. — O terceiro é aumentar o que está em jogo para forçar o Ocidente civilizado a se sentar novamente à mesa para conversas.
Antes de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para discutir o ataque, convocada para terça-feira, o vice-embaixador russo na organização, Dmitry Polyansky, sugeriu que o ataque foi realizado pelos próprios ucranianos — o argumento foi o mesmo usado por Moscou após a revelação sobre o massacre ocorrido em Bucha, nos arredores de Kiev, em março.
“Parece que estamos lidando com uma nova provocação ucraniana ao estilo de Bucha. Devemos esperar para ver o que nosso Ministério da Defesa vai dizer, mas há muitas discrepâncias. Exatamente o que o regime de Kiev precisa para que as atenções estejam voltadas para a Ucrânia antes da Cúpula da Otan”, escreveu Polyansky no Twitter.
Kremenchuk é uma importante cidade industrial no centro do país, na região de Poltava, às margens do rio Dnipro, onde há um grande porto fluvial. É também lar da maior refinaria de petróleo do país, a Ukrtatnafta. Antes da invasão russa começar, em 24 de fevereiro, tinha cerca de 217 mil habitantes.
Ocupada pelos nazistas por mais de dois anos durante a Segunda Guerra Mundial, teve mais de 90% de seus prédios destruídos. Durante a Guerra Fria, abrigou forças estratégicas do Exército e mísseis balísticos intercontinentais.