Rafaela Silva é desclassificada pelo Bronze no judô ‘eu peço desculpa’

Em uma reviravolta inesperada nas Olimpíadas de Paris 2024, a judoca brasileira Rafaela Silva foi eliminada da disputa pelo bronze na categoria até 57 kg devido a uma alteração nas regras do judô. A mudança, que passou a valer em janeiro de 2022, foi amplamente criticada por diversas personalidades da modalidade, incluindo a campeã olímpica do Rio em 2016, Rafaela Silva.

A Federação Internacional de Judô, em uma tentativa de modernizar e tornar o esporte mais seguro, atualizou uma série de normas. Entre essas, a proibição do mergulho de cabeça no tatame, justificada pelo risco de lesões graves, gerou polêmica. A nova regra foi uma das responsáveis pela eliminação de Rafaela durante sua luta pelo bronze.

A Nova Regra no Judô e seu Impacto
Rafaela Silva, em uma ação durante a luta, tocou com a cabeça primeiro no tatame. Este movimento, agora proibido, levou à sua desclassificação após a intervenção da arbitragem de vídeo. A nova norma causou desconforto e críticas não somente por parte da atleta brasileira, mas também de outros competidores.

Além de Rafaela, um judoca da Mongólia também foi desclassificado pelo uso do mesmo movimento. A proibição visa minimizar traumas e manter a integridade física dos atletas, mas muitos argumentam que a mudança altera a dinâmica natural do judô, punindo movimentos que antes eram considerados parte da técnica.

Quais Outras Mudanças Foram Introduzidas?
A regra que desclassificou Rafaela Silva é apenas uma das alterações introduzidas em 2022. Outro ajuste nas normas é a punição para o golpe seoi nage invertido, que passou a resultar em penalização ao invés de pontuação. O comportamento dos judocas durante o combate também foi reavaliado; agora, os atletas podem ser castigados com um shido ao rearrumarem o kimono ou o cabelo mais de uma vez durante a luta.

Por Que a Mudança é Tão Controversa?

A federação argumenta que as mudanças são necessárias para a segurança dos competidores, mas muitos atletas sentem que as novas regras limitam o estilo e a fluidez do judô. Rafaela Silva, por exemplo, em 2022 criticou veementemente as adaptações, chamando-as de “ridículas”. Rafaela estava visivelmente abalada após a desclassificação, chegando a se desculpar aos seus fãs.

– Muito difícil. Eu queria a medalha. Eu trabalhei muito por essa medalha. Queria estar dando outra entrevista neste momento. Eu peço desculpa. Hoje eu não consegui, não consegui – disse a brasileira, emocionada, após perder a briga por medalha.

Quais São as Principais Normas de Segurança no Judô?

Para esclarecer os pontos principais deste novo conjunto de regras, listamos abaixo algumas das mudanças mais significativas:

Proibição do Mergulho de Cabeça: Movimento considerado perigoso, resultando em hansoku-make (desclassificação).

Seoi Nage Invertido: Movimento agora resultará em penalização ao invés de pontuação.

Comportamento no Combate: Rearrumar o kimono ou o cabelo repetidamente pode resultar em shido (advertência).
Declaração da Federação Internacional de Judô
O diretor de esportes da federação, Vladmir Barta, explicou que as mudanças foram feitas com a colaboração das confederações nacionais de judô, visando a modernização do esporte.

– A Federação Internacional de Judô está trabalhando duro para modernizar o esporte que amamos com a ajuda de nossos parceiros. As novas regras valem a partir do início de 2022 até 2024 – afirmou Barta.

Texto da Regra Especificamente
Confira o texto da regra que tirou o bronze de Rafaela Silva:

“Mergulhar” de cabeça no tatame: Inclinando-se para a frente e para baixo durante a execução ou tentativa de técnicas como uchi-mata, harai-goshi, kata-guruma, entre outras. É proibido dar cambalhota para frente quando uke está sobre os ombros ou nas costas de tori.

Defesa da cabeça: Se uke tenta voluntariamente usar a cabeça em qualquer movimento perigoso para sua cabeça, pescoço ou coluna, ele será penalizado com hansoku-make.
Estas normas refletem o compromisso da Federação Internacional de Judô com a segurança dos atletas, mas continuam a gerar debate entre praticantes e fãs do esporte. O impacto dessas mudanças ainda continuará sendo um tema controverso nas competições futuras.