Quem são os políticos presos acusados de ajudar o PCC
O Ministério Público de São Paulo prendeu nesta terça-feira, 16, três vereadores suspeitos de facilitar licitações em órgãos públicos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A investigação envolve contratos de mais de 200 milhões de reais nas áreas de limpeza em pelo menos doze cidades, incluindo Guarulhos, São Paulo, Guarujá, Sorocaba e Itatiba.
De acordo com os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a quadrilha simulava concorrência com empresas associadas ou parte de um mesmo grupo econômico. “Também há evidências de corrupção sistemática de agentes públicos e políticos, como secretários, procuradores, presidentes de Câmaras Municipais e pregoeiros, além de fraudes documentais e lavagem de dinheiro”, informou o órgão.
As investigações ainda não estabeleceram uma conexão direta entre os vereadores e o PCC, mas há suspeitas de que os parlamentares facilitaram a prática de corrupção em órgãos públicos em troca de benefícios ilícitos.
Conheça os vereadores envolvidos:
Ricardo Queixão (PSD): Vereador de Cubatão, na Baixada Santista, em seu terceiro mandato. Com 40 anos, já foi motorista e operador de empilhadeira antes de entrar na política. Sua bandeira política é a área da saúde.
Flávio Batista de Souza (Podemos): Conhecido como Inha, é empresário e está em seu terceiro mandato na Câmara de Ferraz de Vasconcelos. Foi presidente da Câmara entre 2021 e 2022. Ele teria contato direto com as empresas contratadas pela prefeitura da cidade, por interesse do PCC.
Luiz Carlos Alves Dias (MDB): Conhecido como “Luizão Arquiteto”, já presidiu a Câmara Municipal de Santa Isabel, na região metropolitana de São Paulo. É formado em arquitetura e trabalha no setor imobiliário. Serviu como presidente da Câmara em duas ocasiões, entre 2013-2014 e 2019-2020, e foi reeleito pelo PL nas últimas eleições.
A operação realizada nesta terça-feira prendeu treze pessoas por cinco dias e cumpriu 42 mandados de busca e apreensão. Durante as buscas, foram encontrados 22 celulares, 22 notebooks, 3,5 milhões de reais em cheques, 600 mil reais em espécie, além de armas e munições.
A reportagem tenta contatar as defesas dos vereadores. O PSD declarou estar acompanhando as investigações e afirmou não compactuar com desvios de conduta, adotando possíveis punições cabíveis conforme as conclusões das apurações. Já o Podemos de Ferraz de Vasconcelos apoia investigações contra o cr1me organizado e acompanhará os desdobramentos da operação para tomar as medidas institucionais cabíveis, garantindo o direito de defesa.