Quadrilha faz roubo milionário e compra Porsche de Daniel Alves
Cinco indivíduos foram detidos durante uma operação realizada pelo Ministério Público de Alagoas nesta quinta-feira. O objetivo da ação era desbaratar uma quadrilha que vinha fraudando concursos públicos. O líder do grupo, conforme apontado pelo MP, adquiriu um Porsche vermelho modelo Carrera 911, ano 2021, do ex-jogador Daniel Alves, que havia sido condenado por estupro.
O veículo, avaliado em R$ 828 mil, foi apreendido em Petrolina (PE), cidade onde reside o suposto líder da organização. Embora o carro tenha sido comprado e entregue ao suspeito, ainda está registrado em nome do jogador e não foi oficialmente transferido para a posse da quadrilha. Os cinco indivíduos enfrentam acusações relacionadas a cr1mes como peculato, fraude em licitações e contratos, falsidade ideológica, desvio e lavagem de dinheiro público.
Por meio de uma pseudocooperativa de prestação de serviços, com sede administrativa no bairro da Jatiúca, em Maceió, o grupo criminoso celebrou contratos milionários com 20 municípios alagoanos, movimentando um total de R$ 243 milhões entre outubro de 2020 e março de 2023.
A investigação revelou que desse montante, R$ 46 milhões foram objeto de movimentações atípicas, ocorrendo em contas pessoais dos criminosos ou por meio de pessoas jurídicas interpostas criadas especificamente para a lavagem de dinheiro público.
Segundo o MP, foram identificados contratos firmados com os municípios de Cajueiro, Quebrangulo, Porto de Pedras, Feira Grande, Pindoba, Carneiros, Olho d’Água das Flores, Mar Vermelho, Porto Real do Colégio, Pão de Açúcar, Estrela de Alagoas, Tanque d’Arca, Porto Calvo, Taquarana, Poço das Trincheiras, São Luís do Quitunde, Limoeiro de Anadia, Senador Rui Palmeira, Chã Preta e Flexeiras. Esses contratos foram estabelecidos por meio de licitações por “carona”, uma modalidade que facilita a contratação através de atas de adesão ao registro de preços.
Operação Maligno: Prisões e Apreensões
A Operação Maligno resultou na prisão de cinco suspeitos: um em Maceió, três em Petrolina/PE e outro em Japaratinga/AL. Além disso, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão nas mesmas localidades. O Ministério Público obteve ainda a determinação da 17ª Vara Criminal da Capital para bloqueio e sequestro de bens dos denunciados no valor de R$ 46 milhões.
Durante a operação, além das prisões, foram apreendidos R$ 649 mil em um dos alvos, bem como dados telemáticos e automóveis de luxo, incluindo o Porsche que pertencera ao jogador Daniel Alves. Também foi realizado o sequestro de um Hotel Fazenda em Sento Sé, Bahia, pertencente a um dos integrantes do grupo.
A empresa central na investigação é de propriedade do casal apontado como líder da organização criminosa. Essa cooperativa de fachada oferecia serviços típicos e obrigatórios da administração pública, como coleta de resíduos sólidos, limpeza de vias públicas e profissionais para funções como coveiro, motorista, vigia, gari, merendeira, veterinário, diretor escolar, médico veterinário, chefe de gabinete, assessor institucional, repórter e até fiscal de tributos. O esquema visava principalmente o desvio de dinheiro público e o enriquecimento ilícito da referida organização criminosa.
A investigação também aponta que membros dessa mesma organização operam outras cooperativas fictícias de prestação de serviços, com contratos em mais municípios alagoanos.
A operação contou com o apoio operacional de policiais militares dos Batalhões de Trânsito, Rodoviário e Ambiental de Alagoas, e das Policias Militar e Civil de Pernambuco.