Procuradoria do estado do Paraná pede prisão de sindicalista por manter greve

O governo do Paraná solicitou, nesta terça-feira (4), a prisão da presidente do APP-Sindicato (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná) por desrespeitar uma decisão judicial ao manter a greve.

A administração de Ratinho Junior (PSD), por meio da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), alega que o desrespeito configura cr1me de desobediência. A representação solicitando a prisão de Walkiria Olegário Mazeto foi assinada pela procuradora Mariana Carvalho Waihrich.
O governo também solicita que o sindicato seja multado em R$ 100 mil por dia e que Walkiria seja multada em R$ 10 mil por dia. A greve foi suspensa por uma decisão do Tribunal de Justiça na semana passada, mas a PGE afirma que houve “total descaso” por parte do sindicato e de sua dirigente em relação à ordem e à multa anteriormente imposta, no valor de R$ 10 mil por dia.

O sindicato informou que está tomando providências contra o pedido de prisão e para assegurar a legalidade da greve. “Tudo isso só confirma as atitudes antissindicais e ilegais deste governo, além de sua truculência contra o funcionalismo público, o autoritarismo e o abuso de poder desproporcional do Estado contra a organização dos trabalhadores da educação”, afirmou em nota.

A mobilização do sindicato ocorreu após o governo enviar um projeto para privatizar a gestão das escolas estaduais. O projeto foi aprovado na terça-feira pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alerp) e prevê que empresas serão responsáveis pela gestão das escolas selecionadas — a ideia é implementar em 200 — e dos serviços terceirizados, como limpeza e segurança.

Professores, diretores e funcionários efetivos serão mantidos, de acordo com o texto. O sindicato argumenta que o projeto representa a privatização do ensino público. Para Walkiria, trata-se de um “cheque em branco” ao governador, pois os critérios para a seleção das escolas não foram estabelecidos.

A Secretaria da Educação informou que 93% dos professores da rede estão trabalhando. Segundo uma nota divulgada na terça-feira (4), o cronograma de aulas foi mantido normalmente e, por isso, os estudantes devem continuar frequentando a escola para evitar prejuízos ao aprendizado.