Pai teme pelo bem-estar do filho tirado à força da avó após mãe ser localizada: ‘não quero vingança’

Pai e avó têm a guarda compartilhada provisória do menino de 5 anos, que foi levado pela mãe em Santos, no litoral de São Paulo. A delegada do caso afirmou saber onde a mulher está, mas que aguarda o momento certo para cumprir o mandado de busca e apreensão do menor já expedido pela Justiça

O pai do menino, de cinco anos, que ‘sumiu’ após a própria mãe tomá-lo à força das mãos da avó paterna em Santos, no litoral de São Paulo, afirmou que está aliviado em saber que a mulher foi localizada pela Polícia Civil. Apesar da esperança em reencontrar o filho logo, o homem explicou que ainda teme pela saúde e segurança da criança, que não é vista há sete dias.

“Só de saber onde ela está já é um grande alívio […]. Mas, sinto uma agonia que não vai passar até encontrá-lo. Eu não sei como ele vai estar, se ela está cuidando bem, onde e com quem ela está”, disse o pai Eduardo Cassiano, de 50 anos, que é assistente de transporte rodoviário.

O pai e a avó paterna estavam com o menino há três anos. Eles obtiveram a guarda compartilhada provisória em 25 de janeiro. A mãe, embora tenha autorização para vê-lo, depende de supervisão, e não poderia tê-lo arrastado e colocado dentro de um carro. A Justiça já expediu um mandado de busca e apreensão do garoto.

A preocupação do pai também foi destacada pela delegada Deborah Lázaro, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) da cidade, onde o caso é investigado. Segundo ela, a polícia tem urgência para recuperar o menino, uma vez que o bem-estar dele não está garantido no local onde a mãe o esconde.

“A gravidade é porque não sabemos se a criança está trancada em um quarto, por exemplo, ou sendo bem alimentada”, explicou a delegada, que aguarda o momento certo para cumprir o mandado de busca e apreensão.
“Não sabemos a que ponto está a cabeça dessa pessoa [a mãe]. Acredito que ela não vá ofender a integridade física dessa criança, mas não sabemos com quem ela está e, principalmente, se a criança está sofrendo maus-tratos. Isso tudo nos preocupa”.

Eduardo afirmou à equipe de reportagem que não conseguiu contato direto com a mulher. A última notícia que teve do filho foi enviada pela avó materna do menino horas depois dela fugir na última terça-feira (23). “A mãe dela me mandou que eles já estão a caminho de Aracaju (SE)”.

O homem afirmou ao g1 que não acredita na informação de que a mulher saiu com o filho do Estado de São Paulo. A Polícia Civil já descobriu o local onde a mãe esconde a criança, mas o endereço não pode ser divulgado para preservar as investigações.
O pai acrescentou que espera que os policiais recuperem o filho logo e de uma forma que não seja traumatizante para o garoto. “Eu só estou preocupado com o bem-estar dele. Eu não estou preocupado com o que vai acontecer com ela, não quero vingança”, finalizou Eduardo.

Investigação

Deborah Lázaro ressaltou que, em um primeiro momento, a mãe não seria detida pelo cr1me de ‘subtração de incapaz’. No entanto, segundo ela, a situação ainda pode mudar no andamento das investigações.

“Se for provado cabalmente o cr1me de cárcere privado, então a prisão dela será pedida”, explicou a delegada. “A gravidade é porque não sabemos se a criança está trancada em um quarto, por exemplo, ou sendo bem alimentada”.

A delegada acrescentou que o ‘encarceramento’ é uma situação em que a pessoa é mantida em um determinado local contra a vontade dela e sem condições de fazer contato externo. “Se você tem um telefone à mão ou um local para sair, então não está encarcerado. Neste caso, não, até porque é uma criança de tenra [pouca] idade”, finalizou.

Fonte – g1