Mulher se torna policial e prende assassino do próprio pai 25 anos após o cr1me

Gislayne Silva de Deus, filha de vítima de assassinato, participou da prisão do assassino do próprio pai após 25 anos.

Mais de 20 anos após o assassinato de seu pai, a escrivã Gislayne Silva de Deus, de 36 anos, participou da operação que resultou na prisão de Raimundo Alves Gomes, acusado do cr1me. Foragido desde 2016, ele foi detido em Boa Vista na quarta-feira (25).

“A sensação que eu e minha família temos hoje é de que a justiça foi feita e que finalmente vamos ter paz”, afirmou Gislayne em entrevista ao g1.

O CASO E A CONDENAÇÃO

Raimundo Alves Gomes estava foragido desde 2016, após ter sido julgado e condenado em 2013 pelo Tribunal do Júri de Roraima, 14 anos após o cr1me. Ele recebeu uma pena de 12 anos de prisão pelo homicídio de Givaldo José Vicente de Deus, ocorrido em 16 de fevereiro de 1999. Na época, Gislayne tinha apenas 9 anos.

O assassinato aconteceu em um bar durante uma briga relacionada a uma dívida de R$ 150. Raimundo levou Givaldo ao hospital, mas fugiu logo em seguida. Após anos de busca, o julgamento só ocorreu em 2013.

A PRISÃO

Nesta quinta-feira (26), Raimundo passou por audiência de custódia, que manteve sua prisão e o encaminhou ao sistema prisional. A defesa do acusado não se manifestou até o momento.

Gislayne, que se formou em direito em 2014 e se tornou advogada, ingressou na Polícia Penal de Roraima em 2022. Trabalhando na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo e no Departamento do Sistema Prisional, ela frequentemente imaginava que um dia veria o assassino de seu pai preso.

Em 2023, Gislayne passou em um concurso público para a Polícia Civil e, em julho de 2024, foi lotada na Delegacia Geral de Homicídios (DGH). Com determinação, ela reuniu informações sobre o paradeiro de Raimundo e localizou o mandado de prisão expedido em 2019.

A prisão foi realizada pela Delegacia Geral de Homicídios em uma área de chácaras no bairro Nova Cidade, em Boa Vista.

LUTA POR JUSTIÇA

Gislayne expressou que a condenação foi possível devido à persistência de sua família em buscar justiça. “Se não tivéssemos insistido, o promotor teria pedido a absolvição”, comentou. Para ela, a prisão de Raimundo representa não apenas justiça, mas também um fechamento emocional. “Isso não vai trazer nosso pai de volta, mas ele cumprirá a pena que deveria ter cumprido há muitos anos”, concluiu.

Com informações do g1