Mulher é condenada por fraude milionária em pensão militar

Mulher é condenada por fraude milionária em pensão militar

Em um caso que chamou a atenção das autoridades e da opinião pública, Ana Lucia Umbelina Galache de Souza, de 55 anos, usou documentos falsos para enganar o Exército Brasileiro por mais de 30 anos. Galache apresentou uma certidão de nascimento adulterada, identificando-se como filha de um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial para obter uma pensão militar. Entre outubro de 1988 e maio de 2022, ela recebeu R$ 3,7 milhões, valor que corrigido chega a R$ 7,2 milhões.

O Estratagema e a Denúncia
O esquema foi elaborado com a ajuda da avó de Ana Lucia, Conceição Galache de Oliveira. Juntas, elas compartilharam os rendimentos da pensão ao longo dos anos. Entretanto, a insatisfação com uma dívida de R$ 8 mil levou Conceição a denunciar a neta em 2021. A avó faleceu pouco depois de relatar a fraude e não enfrentou consequências legais.

Julgamentos e Penalidades

Após a denúncia, o caso passou a ser investigado. Ana Lucia Galache foi condenada pela justiça militar em fevereiro de 2023 a uma pena de três anos e três meses de prisão. Além disso, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou na última semana que Galache deve devolver o montante recebido indevidamente e pagar uma multa de R$ 1 milhão. Ela também está proibida de ocupar cargos públicos por oito anos.

A Farsa Desvendada
A documentação falsificada indicava que Ana Lucia era filha de Vicente Zarate, membro da Força Expedicionária Brasileira (FEB), o que não correspondia à verdade. Vicente era, na realidade, tio-avô de Ana Lucia e não tinha filhos, o que extinguiria qualquer possibilidade de transferência de pensão. O valor mensal que Ana Lucia recebia era de R$ 4.952,22.

Confissão e Consequências

Galache confessou a fraude durante interrogatório. Ela afirmou nunca ter convivido com Vicente Zarate, relacionando-se com ele apenas como tio-avô. Além disso, admitiu que usava o nome falso exclusivamente para garantir o benefício da pensão. A sentença mencionou que Ana Lucia tinha plena consciência da impropriedade do benefício que recebia por falsificar sua identidade perante a autoridade militar.

Ainda que procurada para comentar sobre o caso, Galache optou por não se manifestar. No processo criminal, foi assistida pela Defensoria Pública da União devido à declaração de insuficiência financeira para contratar defesa particular.