‘Meu amor’: Saiba quem é loira ‘corajosa’ que troca cartas com Maníaco do Parque
Relacionamento dos dois resultou no livro “Maníaco do Parque: A Loucura Lúcida”
Brasil – A fonoaudióloga luso-brasileira Simone Lopes Bravo, fascinada pela saúde mental e as profundezas do comportamento humano, decidiu mergulhar em um território sombrio ao se corresponder com Francisco de Assis Pereira, o infame Maníaco do Parque, condenado a mais de 200 anos de prisão pelo assassinato brutal de sete mulheres na década de 1990. Sua aproximação com Francisco, que resultou no livro Maníaco do Parque: A Loucura Lúcida, trouxe à tona detalhes inquietantes sobre o contato que mantém com o serial killer, considerado um dos criminosos mais temidos do Brasil.
O projeto de Simone, que começou no final de 2021, não tinha como objetivo explorar a fama macabra do Maníaco do Parque. Ela, segundo conta em uma entrevista ao Metrópoles, sempre foi atraída pelos mistérios da saúde mental e pela compreensão de condutas criminosas. Em uma tentativa inicial de contato, enviou cartas para oito detentos, e apenas Francisco respondeu. Esse simples ato desencadeou uma troca de correspondências que rapidamente evoluiu para uma “relação” peculiar.
Após mais de um ano trocando cartas, Simone conseguiu a permissão para visitar Francisco em 2023. Nas cartas e visitas, Francisco começou a se referir a ela com intimidade, chamando-a de “meu amor”, além de “bonequinha” e “doutora”. Segundo Simone, ele oscilava entre termos formais e expressões de afeto, sugerindo uma confusão de sentimentos em relação à sua figura. Essa mistura de termos indica, para ela, a maneira como o assassino lida com o contato humano e as possíveis limitações de empatia e compaixão, características de uma mente que ela descreve como “condutopática”.
No livro, Simone relata que o Maníaco do Parque, com o tempo, se abriu sobre sua ausência de sentimentos de piedade, compaixão e altruísmo, elementos cruciais para entender sua frieza diante dos atos cometidos. Ela também destaca que ele se declara “renovado” devido a uma conversão religiosa ocorrida na prisão, mas enfatiza que sua intenção não é pintar o serial killer como um homem mudado, e sim expor a complexidade de seu comportamento, suas motivações e a mentalidade de alguém capaz de cometer cr1mes tão horrendos.
Simone acredita que o fascínio público por criminosos como o Maníaco do Parque se deve a uma curiosidade natural por cr1mes bárbaros e por figuras que representam o lado obscuro do comportamento humano. Ela ressalta que o interesse ressurgiu especialmente agora, próximo de 2028, ano em que Francisco poderia ser considerado para liberdade condicional, o que reacende o temor e a curiosidade popular.
A médica que, para alguns, parece corajosa e, para outros, ousada demais, ressalta que seu propósito nunca foi humanizar Francisco de Assis Pereira ou diminuir a gravidade dos cr1mes, mas entender e trazer ao público o que motiva figuras como ele.
Fonte: Portal Tucuma