Mãe relata que filha assassinada gostava do pai: “Sempre muito feliz com ele”
A mãe, que também foi baleada, contou que a filha adorava passar os finais de semana na casa do pai, e que o homem não fez ameaças
A mãe de Ayla Neres relatou em oitiva à Polícia Civil do Paraná que a filha gostava muito do pai – que confessou ter assassinado a menina de 3 anos. A mulher e o suspeito se separaram quando a menina tinha poucos meses de vida, mas a mãe garantiu que sempre levava a filha para ver o pai, para que eles tivesse boa convivência.
“Quando ela completou 3 anos, começou os pernoites. Ela sempre gostou muito, sempre, ‘eu vou pra casa do papai’, sempre ficou muito feliz com ele. Ele sempre me mandou mensagem falando ‘ela gosta muito de ficar aqui’, ficava com a mãe dele, sempre sob os cuidados dela. Até então nunca tive problemas, sempre confiei”, disse a mãe da menina, que também foi baleada.
A mulher disse que quando anunciou que iria se mudar para Goiânia, após se casar, Diego de Souza pediu para que ela não fosse, mas não fez ameaças e nem mudou o comportamento. “Meu noivo que falou para mim ‘tem algo errado, ele tá muito tranquilo’”, disse a mulher.
A mãe da criança narrou o momento desde a chegada de Diego na casa onde ela morava para entregar a menina após o final de semana, até o desfecho trágico que terminou na morte da pequena Ayla Neres.
“Na hora que eu cheguei, encostou o carro, minha amiga falou pra ele ‘oi, Didi, tudo bem?’, daí ele falou ‘tudo bem’. Desceu do carro com a arma apontada para a minha cara, falou assim ‘eu falei para você não fazer isso’, e segurou a minha cabeça. Ele segurou na minha cabeça e eu encostei na minha amiga. Parece que eu não tava assimiliando que tava acontecendo aquilo, porque eu não imaginava isso dele. Aí a minha amiga falou ‘para, Diego, você é louco? Não faz isso não’, e ele falou ‘sai daqui de dentro senão você vai receber’, eu falei ‘corre’, e ela abriu a porta”, disse.
“Nisso ele atirou pro carro, onde a minha filha tava, só que eu achei que o tiro tinha pego só em um balãozinho que ela tava na mão. Só que ela gritou ‘mamãe’, eu falei ‘a mamãe tá aqui, filha’, daí ele atirou de novo e pegou nela”, continuou a mulher em depoimento.
“Ele olhou para mim e falou ‘ela já tá morta, eu vou matar você’, segurou a minha cabeça, me prensou, segurou entre os dois bancos, apontou para a cabeça e deu dois tiros. Aí na hora eu fingi que tava morta. Porque eu sei que ele ia continuar. Aí eu parei, e tinha muito sangue. Daí eu escutei um monte de gente chegando, a minha amiga tava gritando muito. Eu só escutei ele saindo e gritei ‘a minha filha tá no carro’”, disse a mãe de Ayla.
A pequena foi encontrada morta no carro do pai, abandonado em uma rua da cidade. O homem foi preso horas depois, ainda na segunda-feira (23), bebendo em um bar.
Fonte: ric.com.br