Kamala Harris pode ter afastado a Geração Z ao tentar usar a imagem de Taylor Swift

A vice-presidente Kamala Harris buscou o apoio da estrela pop Taylor Swift, uma das artistas mais influentes entre os adolescentes e adultos jovens da Geração Z. No entanto, a estratégia parece ter backfired e, ao invés de aproximá-la desse importante eleitorado, pode ter reforçado a percepção de que a vice-presidente está desconectada das reais preocupações dos jovens.

Nos últimos meses, Harris gravou um vídeo especial para a cerimônia de premiação dos MTV Video Music Awards, onde Swift foi a grande vencedora. A expectativa era de que o endosso de Harris, uma das políticas mais proeminentes do país, daria um impulso significativo para a cantora entre os eleitores mais jovens. Afinal, a Geração Z é vista como crucial para os democratas manterem o controle do Congresso nas próximas eleições.

No entanto, nas redes sociais, muitos jovens reagiram negativamente à associação de Harris com Swift, acusando a vice-presidente de tentar “cooptar” a cantora para fins políticos. “Kamala Harris não tem conexão real com a Geração Z. Ela só está tentando usar a popularidade da Taylor para tentar nos influenciar”, escreveu um usuário do Twitter.

Outros comentários criticaram Harris por supostamente se aproveitar da imagem “cool” de Swift para tentar emplacar sua agenda política. “É uma estratégia desesperada e transparente. Os jovens não vão cair nessa”, afirmou outro internauta.

Analistas políticos acreditam que a tentativa de Harris de conquistar o apoio da Geração Z por meio de Swift pode ter tido o efeito oposto. Ao invés de aproximá-la desse importante eleitorado, a manobra pode ter reforçado a percepção de que a vice-presidente está desconectada das reais preocupações e anseios dos jovens.

“A Geração Z é muito ativa politicamente e sabe reconhecer quando está sendo alvo de uma estratégia de marketing político”, avalia o cientista político Michael Traugott. “Esse tipo de abordagem pode até ter prejudicado os democratas nessa disputa.”

Diante desse cenário, a tarefa de Kamala Harris de mobilizar o voto jovem nas próximas eleições pode se tornar ainda mais desafiadora. O endosso de uma estrela pop parece ter sido mais um tiro no pé do que um trunfo estratégico. Por- Ricardo de Moura Pereira