Instituto afirma que safra gaúcha de arroz consegue abastecer o Brasil e se posiciona contra importação
A safra de arroz deverá manter um volume semelhante ao registrado no ciclo anterior. A projeção é de 7,149 milhões de toneladas, comparado aos 7,239 milhões da safra passada. Se essa estimativa se confirmar, o recuo será de apenas 1,25%. Esses dados foram apresentados durante uma reunião extraordinária da Câmara Setorial do Arroz, realizada remotamente nesta terça-feira (21 de maio de 2024) pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, com base nas informações do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). O Irga também argumenta contra a importação de arroz.
Quando as enchentes atingiram o Rio Grande do Sul, a safra de arroz já estava 84% colhida, restando 142 mil hectares para colher. Desses, 22 mil hectares foram perdidos e 18 mil ficaram parcialmente submersos. Além disso, cerca de 43 mil toneladas de grãos armazenados nos silos foram comprometidas, conforme afirmou o presidente do Irga, Rodrigo Machado.
A estimativa total de produção do Irga considera a quantidade já colhida até o momento das enchentes, totalizando 6,4 milhões de toneladas.
Os produtores da região enfrentaram perdas significativas durante o plantio e tiveram que replantar. Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), ressaltou a necessidade de medidas adicionais, como linhas de crédito e seguros, para apoiar esses agricultores que não apenas perderam a safra, mas também suas casas, máquinas e animais.
Além disso, integrantes da cadeia produtiva estão preocupados com a decisão do governo federal de retirar a Tarifa Externa Comum (TEC) para aquisição de arroz importado, medida que está em vigor até o final deste ano. Alexandre destacou: ‘A eliminação da TEC desestimulará os produtores e resultará em uma nova redução da área cultivada no Estado. Vender arroz a R$ 4,00 fará com que o produtor receba abaixo do custo de produção, o que não é viável.’