Historiadora que fez dança erótica em universidade se pronuncia após repercussão negativa: “minha pedagogia liberta”

Historiadora que fez dança erótica em universidade se pronuncia após repercussão negativa: “minha pedagogia liberta”

Ela subiu em uma cadeira no meio da mesa redonda, levantou seu vestido e exibiu os glúteos ao público enquanto cantava uma música

Uma apresentação realizada pela historiadora, cantora e mestranda Tertuliana Lustosa durante um evento na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) gerou grande controvérsia e se tornou alvo de críticas e investigações. Durante o I Encontro de Gênero, promovido pelo Grupo de Pesquisa Epistemologia da Antropologia, Etnologia e Política (Gaep), Lustosa realizou uma performance que envolveu a exposição de suas partes íntimas e o uso de linguagem sexual explícita, provocando reações diversas tanto dentro quanto fora da comunidade acadêmica.

Tertuliana Lustosa, integrante da banda “A Travestis” e atualmente mestranda em Cultura e Sociedade, subiu em uma cadeira no meio da mesa redonda, levantou seu vestido e exibiu os glúteos ao público enquanto cantava uma música com teor sexual explícito. A letra da canção trazia versos provocativos, como: “No mestrado da putaria, vou te ensinar gostoso, dando aula na sua pic*. Aqui não tem nota, nem recuperação, não tem sofrimento e se aprende com tesão. De quatro, empino o c*. Educando com o c*”. A apresentação foi recebida com surpresa e gerou críticas e elogios nas redes sociais.

Diante da repercussão, Lustosa defendeu sua performance, afirmando que o preconceito está na raiz das críticas recebidas. Em sua declaração, a artista disse não se surpreender com a reação, já que episódios semelhantes ocorreram anteriormente. Para ela, sua pedagogia, que mescla a linguagem popular do “paredão” e do “pagode baiano”, é constantemente marginalizada e criminalizada. “Existe muito preconceito, pois a minha pedagogia liberta e traz a linguagem do paredão e do pagode baiano que é marginalizado, criminalizado e subjugado”, declarou.

Lustosa também ressaltou que sua forma de atuação já era conhecida pelos organizadores do evento. Segundo a artista, todos que a convidam para eventos têm plena ciência de seu estilo e abordagem, que buscam desafiar as normas e explorar questões relacionadas à marginalização de determinadas expressões culturais. “Na verdade, as pessoas não entendem que a produção de conhecimento não precisa se separar da vida. Quer dizer, por que eu posso cantar uma música de paredão em um show no palco e não posso cantar dentro de uma universidade?”, questionou a cantora e pesquisadora.

O episódio chegou ao conhecimento do deputado federal e presidente da Comissão de Educação da Câmara, Nikolas Ferreira, conhecido por suas posições conservadoras, que reagiu imediatamente à apresentação de Tertuliana Lustosa. O parlamentar acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar o caso e solicitou informações à UFMA sobre o Grupo de Pesquisa responsável pelo evento. Segundo Ferreira, o comportamento da artista durante o evento fere o decoro e o ambiente acadêmico, sendo incompatível com o espaço de uma universidade pública.

Fonte; Am Post