Dólar dispara e encosta no maior nível em um ano e meio
O dólar está operando em alta frente ao real nesta segunda-feira, dia 10, renovando seu maior nível em um ano e meio. Às 10h35, a moeda americana subia 0,58%, atingindo R$ 5,375. Durante a sessão, chegou a ser cotada a R$ 5,388.
Essa cotação é a segunda mais alta desde o dia 4 de janeiro de 2023, quando o dólar fechou a R$ 5.452.
Elson Gusmão, diretor de câmbio da corretora Ourominas, aponta que o risco fiscal brasileiro e as incertezas em relação à nova composição do Banco Central no próximo ano têm contribuído para a valorização do dólar em relação ao real. Ele observa que a moeda americana não se valorizou ainda mais devido à recuperação dos preços do petróleo e do minério de ferro nos últimos dias.
Além disso, na sexta-feira, os dados do relatório oficial de empregos dos Estados Unidos (payroll) e a expectativa predominante de apenas um corte de juros nos EUA este ano fortaleceram ainda mais o dólar em relação às moedas de países desenvolvidos e emergentes. Um ranking da gestora WHG aponta o Brasil como o país mais vulnerável aos juros mais altos por mais tempo nos EUA.
Na quarta-feira, dia 12, será divulgada a decisão de política monetária nos Estados Unidos. O mercado espera que a taxa de juros seja mantida em 5,25% e 5,50% ao ano, mas está atento aos sinais do comunicado e às declarações de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano. Na semana passada, o Banco Central Europeu (BCE) realizou seu primeiro corte nos juros desde 2019, o que pode influenciar outras economias a seguir o mesmo caminho em breve.
Na última sexta-feira, dia 7, o dólar teve um forte avanço em relação ao real após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reacenderem preocupações fiscais. Além disso, a criação de vagas de emprego nos Estados Unidos, divulgada pelo relatório payroll, superou as expectativas em maio. Ao final da sessão, a moeda americana subiu 1,29%, alcançando R$ 5,323.