Como a uva, fruta do ‘frio’, virou uma das riquezas do sertão nordestino

As parreiras não fazem morada só no Sul do Brasil. Apesar de os gaúchos serem os grandes produtores de uva para vinho e suco, quando o assunto é uva de mesa – aquela que a gente compra fresca no mercado – quem sai na frente é o Nordeste.
A produção fica, mais especificamente, nos municípios de Petrolina, em Pernambuco, e Juazeiro, na Bahia, numa região conhecida como submédio do Vale do São Francisco. É desses dois estados, inclusive, que sai praticamente toda a uva que o Brasil exporta.
Não é qualquer coisa. A uva é uma fruta de regiões com clima temperado, onde a primavera, o verão, outono e inverno são bem definidos. Nesses locais, é justamente a passagem das estações do ano que determina o desenvolvimento do fruto.

Mas no Nordeste, como é calor o ano todo, estudiosos e agricultores tiveram que desenvolver uma nova forma de cultivo, que conta, por exemplo, com irrigação e variedades de uva compatíveis com o clima regional. Mas tudo isso não é de hoje: os investimentos começaram ainda na década de 1960.
Em outubro, o g1 foi até Petrolina (PE) para conferir como funciona a “mágica” dessa fruta no sertão. Durante a viagem, viu ainda que as uvas cultivadas no local não têm sementes. Mas não tem nada a ver com transgenia.