Chegou aqui gritando de dor’: Caso do homem que morreu sentado em cadeira de UPA gera onda de revolta
Além da revolta dos familiares e das pessoas que testemunharam a morte, nas redes sociais o caso viralizou.
A morte inesperada do garçom e artesão José Augusto Mota da Silva, de 32 anos, abalou sua família e amigos, além de levantar questionamentos sobre o atendimento médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
José Augusto, que havia relatado fortes dores no estômago para sua família em Mogi Guaçu, São Paulo, dias antes, foi encontrado morto sentado em uma cadeira na unidade de saúde, após passar pela triagem, mas sem receber atendimento adequado.
A família foi informada da morte na madrugada de sábado (14) por um amigo de José Augusto, que os localizou pelas redes sociais. Inicialmente, os parentes acreditaram que se tratava de um trote, mas a tragédia foi confirmada.
A irmã e a sobrinha do artesão viajaram ao Rio para liberar o corpo e, em seguida, retornaram para Mogi Guaçu, onde ele será enterrado.
O atestado de óbito emitido pelo Instituto Médico-Legal foi inconclusivo, e exames laboratoriais ainda serão realizados para determinar a causa da morte.
“Ele poderia estar vivo. Essas pessoas que estavam de plantão na UPA são monstros. Vamos processar a prefeitura. A gente retornou as ligações desse amigo para confirmar que não era mentira. Foi quando começaram a circular os vídeos em que mostram meu tio morto. Ficamos chocados”, ressaltou Emily Larissa, de 19 anos, sobrinha de José Augusto.
José Augusto vivia no Rio de Janeiro desde 2012, onde conciliava seu trabalho como garçom em um restaurante na Barra da Tijuca com a venda de artesanato nas praias. Nos últimos meses, enfrentava dificuldades financeiras, morando sozinho em Rio das Pedras após o término de um relacionamento.
Em um período mais crítico, chegou a viver nas ruas de Copacabana. Seu amigo e porteiro, Douglas Batista da Silva, o acompanhou até a UPA e alertou os funcionários sobre a gravidade do caso, mas afirma que sua preocupação não foi levada a sério.
O vídeo que registrou o momento em que ele é retirado da sala de espera já sem vida viralizou nas redes sociais. Nas imagens, José Augusto é colocado em uma maca já desacordado, enquanto pessoas presentes acusam os funcionários de negligência e omissão.
A indignação é evidente entre os testemunhas, que afirmam que a falta de atenção da equipe médica teria sido determinante para o desfecho fatal.
“Agora ele é paciente, né? Agora vocês estão com pressa. O homem chegou aqui gritando de dor”, disparam algumas pessoas que estavam presentes no local. Para assistir ao vídeo CLIQUE AQUI!
O caso expõe as fragilidades no sistema de saúde pública, onde falhas na triagem e atendimento adequado podem custar vidas.
A morte de José Augusto não é apenas uma tragédia pessoal para sua família, mas também um reflexo da necessidade de melhorias no acolhimento e na avaliação de casos emergenciais em unidades de saúde.
Enquanto aguardam respostas sobre a causa da morte, amigos e parentes buscam conforto na memória de um homem batalhador, que apesar das adversidades, sempre encontrou formas de seguir em frente.