‘Carimbadores’ que transmitiam HIV para crianças são soltos; ENTENDA

Em relação às crianças, criminosos afirmaram que “quanto mais novas, melhor”

Rodrigo Santos e Victor Higor, autointitulados “carimbadores”, acusados ​​de abusar crianças e adolescentes com o objetivo de transmitir o vírus HIV em banheiros de shoppings e terminais de ônibus, foram soltos em Manaus após uma falha grave no monitoramento da justiça do Amazonas.

A soltura ocorreu devido à falta de acompanhamento dos prazos processuais dos acusados, em meio à transferência da ex-delegada de proteção à criança e ao adolescente, Joyce Coelho, que assumiu a liderança da Delegacia Especializada em Atos Infracionais (DEAAI), nesta terça-feira (11).

Enquanto isso, a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) é agora comandada pela delegada Juliana Tuma. Apesar de ser a atual responsável por casos urgentes como este, Tuma afirmou à imprensa não estar “por dentro do caso”. A troca de delegados acabou afetando o acompanhamento dos processos, agravando ainda mais a situação quando veio à tona a informação de que um dos “carimbadores” trabalhava em um pronto-socorro infantil, o que facilitava a propagação do HIV entre as crianças.

Higor foi solto há cerca de uma semana, enquanto Rodrigo saiu no último sábado (8). O Portal Tucumã alerta os pais para que tomem cuidado redobrado com suas crianças, mantendo-os longe de estranhos, principalmente enquanto estes homens estão soltos.

Falha nos prazos processuais
A ex-delegada Joyce Coelho havia solicitado a prorrogação das prisões temporárias dos acusados, apontando a necessidade de mais tempo para a conclusão das investigações. Porém, com sua exoneração e a possível falta de comunicação entre a antiga e a atual liderança da delegacia encarregada do caso, os prazos legais acabaram não sendo monitorados, resultando na solução dos “carimbadores”.

Prisão Temporária: É uma medida cautelar decretada pelo juiz, a pedido do delegado ou do Ministério Público, durante a fase de investigação. Ela é aplicada em situações onde é necessário proteger as investigações, por exemplo, quando há risco de o investigado fugir ou atrapalhar a coleta de provas. A prisão temporária tem prazo determinado, normalmente de cinco dias, podendo ser prorrogada por mais cinco dias, ou, no caso de cr1mes hediondos, por trinta dias, prorrogáveis ​​por mais trinta.

Prisão Preventiva: Também é uma medida cautelar, mas pode ser decretada tanto na fase de investigação quanto durante o processo judicial. A prisão preventiva é aplicada para garantir a ordem pública, garantir a aplicação da lei penal, ou por conveniência da instrução criminal, quando há risco de o acusado continuar praticando cr1mes, ameaçar testemunhas ou destruir provas. Diferentemente da prisão temporária, a preventiva não tem prazo determinado e pode durar até a conclusão do processo.

Essas medidas são essenciais para a segurança pública e o andamento das investigações, e sua correta aplicação depende de um monitoramento eficaz dos prazos processuais e das necessidades do caso. A falha no cumprimento dessas medidas pode resultar em graves consequências, como a solução de cr1mes perigosos, colocando a sociedade em risco.

“Carimbadores” planejavam abusar um sobrinho de 6 anos
A ação, denominada “Operação Carimbadores”, revelou mensagens perturbadoras trocadas pelos suspeitos em um aplicativo de mensagens. Eles admitiam a prática de sexo desprotegido, sendo portadores do vírus HIV ou Aids, e expressavam o desejo de infectar crianças.

Além disso, compartilhavam conteúdo de pornografia infantil e discutiam detalhes dos estupros planejados. A então delegada Joyce Coelho, titular da Delegacia Especializada Em Proteção À Criança E Ao Adolescente (Depca), revelou que a dupla se autointitulava “Os Carimbadores”, em referência ao ato de infectar suas vítimas com o vírus.

Ainda segundo ela, o casal chegou a revelar a preferência em relação às vítimas, “quanto mais novas, melhor!”.

O caso veio à tona após uma denúncia feita por um técnico que consertava o celular de um dos suspeitos. Ele viu as conversas preocupantes da dupla, tirou prints e as enviou às autoridades.

Durante as investigações, descobriu-se que até mesmo crianças da própria família dos criminosos poderiam ser vítimas. Um deles mencionou o sobrinho do comparsa, de apenas 6 anos, como possível alvo.

Fonte – Portal Tucuma