Bebê é levado 3 vezes para UPA, é liberado todas as vezes e morre momentos depois.
Mãe denuncia negligência em atendimento ao filho de 1 ano e 3 meses que morreu após passar três vezes pela UPA
Otto dos Reis, de 1 ano e 3 meses, morreu após ser internado no Hospital Universitário e, segundo a mãe, estava com caxumba e pneumonia.
Um bebê de 1 ano e 3 meses morreu na terça-feira (11), em São Carlos (SP), após ser atendido três vezes na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do bairro Cidade Aracy e ser liberado.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o Departamento de Gestão do Cuidado Hospitalar está levantado as informações do prontuário de atendimento do paciente e “já oficiou a médica que atendeu a criança para prestar mais esclarecimentos”. Disse ainda que há a possibilidade de abertura de uma sindicância interna para apurar os fatos.
A mãe diz que vai registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil após ter acesso ao prontuário médico. A causa da morte foi septicemia (inflamação exagerada do corpo quando há uma infecção), pneumonia e caxumba.
Atendimentos em UPA
Natally Francielli dos Reis de Oliveira relatou que seu filho Otto foi levado até a UPA na sexta-feira (7), com suspeita de caxumba.
O menino foi liberado e passou o fim de semana bem, mas na segunda-feira (10), acordou prostrado e Natally o levou novamente à UPA.
Ela diz que esperou quatro horas para ser atendida, até ser informada que não era possível fazer o exame naquele momento porque o laboratório estava fechado e que deveria voltar após às 18h.
“Não mediu destro, não mediu saturação, não deu um soro para o menino, não tentou abrir o Cross [Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde].”
Nas duas ocasiões, o menino foi atendido pela mesma médica plantonista clínica.
Conforme foi orientado, ela retornou à UPA de noite e outra profissional disse que não precisava fazer qualquer exame na criança porque ela não apresentava febre. O único atendimento foi a aplicação de soro.
Na terça (4), Otto piorou e ficou com dificuldade de respirar. “Fiz inalação, usei a bombinha dele sem melhoras, chamei o Samu que foi muito rápido o atendimento e fomos até o hospital escola [Hospital Universitário]”, relatou.
No Hospital Universitário, Otto teria sido diagnosticado com pneumonia, além da caxumba e estava com extrema desidratação e baixa glicemia. Ele foi levado para a UTI com infecção generalizada, chegando a ser intubado, mas teve nove paradas cardíacas e morreu horas após ser internado.
Fonte – g1