Após receber rim da mãe, menino de 9 anos faz planos de voltar para casa: ‘Comer salgadinho’

Fratiane Ferreira Dias e o filho, Marcos Taylor, passaram por transplante no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto na segunda-feira (22). Criança nasceu com anomalia congênita e aguardava cirurgia há dois anos.

Fratiane Ferreira Dias olha emocionada para o filho, Marcos Taylor, de 9 anos, enquanto ele fala do sonho que tem assim que receber alta do hospital: comer salgadinho. (veja vídeo abaixo)

O menino passou por uma cirurgia de transplante de rim na segunda-feira (22), no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP) e já enumera tudo o que pretende fazer agora que começa uma nova vida.
À mãe, sobra admiração em ver o filho bem de saúde e em recuperação. “Ele nunca comeu salgadinho, não podia”, diz.

É graças à ela, inclusive, que esta nova vida de Marcos começa. O menino, que nasceu com uma doença renal crônica, recebeu o rim de Fratiane em um procedimento que marcou de vez a retomada de transplantes entre vivos no HC, suspensa por conta da pandemia.

Em recuperação junto com o filho após a cirurgia, Fratiane também faz planos. Para ela, ver a felicidade de Marcos nas pequenas coisas, é o que importa a partir de agora.

“Ele tinha várias restrições, tinha muitas limitações alimentares, não podia muita coisa. Vai ser tudo novo pra gente, e eu ainda não sei como vai ser. Acredito que vá ser bem melhor, bem mais fácil, porque tem sido difícil também, vai ser maravilhoso, vai ser vida nova”.
A criança deve receber alta em até 14 dias e os dois seguem para Pontal (SP), a 38 quilômetros de Ribeirão Preto, onde vive a família.
Marcos ainda será acompanhado pelo nefrologista pediátrico Ivan Machado, que cuida do caso desde o início.
“Depois [da alta], várias consultas no consultório. Porque a gente considera que não é a cura da doença renal crônica, mas é um ótimo tratamento”.
Urologista do HC e membro da equipe responsável pelo transplante, Carlos Molina explica que, por ser um rim de adulto transplantado em uma criança, o acompanhamento médico é primordial.
“Implantou [o rim] da mãe um pouco mais abaixo [no menino], para que possa locar em uma posição mais confortável, porque é um rim de adulto, e não de criança”.
Anomalia congênita

Fratiane descobriu ainda na gravidez que Marcos tinha mal formação em um dos rins. De Minas Gerais, ela procurou atendimento médico na cidade em que vivia, mas recebeu dos profissionais a informação de que apenas no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto teria chance de salva o filho.

“O médico, que é daqui da USP, me falou ‘se você tiver alguma chance de salvar seu filho, vai ser lá na USP, na medicina fetal’. Me deu um papelzinho escrito só esse nome e eu vim. Não tinha encaminhamento, não foi via Cross, nem nada. Vim e fui acolhida na portaria, fui atendida, consegui minha vaga aqui e abriu a porta pra mim e nunca mais fechou”.

Fonte – G1