Aliados pedem que Lula fale menos de Bolsonaro

Na esteira da queda de popularidade apontada por pesquisas recentes, o presidente cobrou, na primeira reunião ministerial do ano, que todas as pastas melhorem a estratégia de mostrar seus feitos ao cidadão. Aliados alertam que há, no entanto, a “questão Bolsonaro”. Em quase todos os discursos, Lula não cansa de lembrar o ex-presidente e dedicar a ele parte de seus discursos nas mais diferentes situações.

O exemplo mais recente ocorreu exatamente na reunião ministerial na última segunda (18). Era um encontro para mostrar resultados e conquistas práticas do governo. Coordenados pela Casa Civil, os ministérios levantaram números e dados de iniciativas que tiveram avanço e melhora prática na vida da população, como o aumento do salário mínimo e a queda no desemprego.

Lula faria uma abertura rápida, em que abordaria avanços gerais, e passaria a palavra para Rui Costa, que mostraria avanços com tabelas e infográficos. Tudo transmitido ao vivo. No início, o presidente passou os recados como esperado e entregou alguns números.

Mas não demorou a falar de Bolsonaro. Chamou o ex-presidente de “covardão” que “ficou chorando quase um mês” e disse que os depoimentos feitos à PF (Polícia Federal) deixam claro que havia um “plano para um golpe de Estado”. Dos quase dez minutos que falou, quase metade foi dedicada a Bolsonaro. Ao ver a cena, aliados disseram ter certeza de que as falas sobre Bolsonaro, não os números, tomariam conta do noticiário —como de fato aconteceu.

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