Batimentos cardíacos de jovem internada na UTI chegou a 190 com presença do pai, suspeito de abuso
Os batimentos cardíacos da adolescente aumentavam anormalmente quando seu pai se aproximava, levando enfermeiros a suspeitar de abuso
Os batimentos cardíacos da adolescente internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital em São Bernardo do Campo, Grande São Paulo, foram um dos indícios que levaram os enfermeiros a suspeitarem de que a jovem era abusada pelo próprio pai.
Sete profissionais da equipe de enfermagem que presenciaram os abusos 𝕤𝕖𝕩𝕦𝕒𝕚𝕤 do pai contra a filha foram ouvidos como testemunhas na delegacia que investiga o caso. “Sempre que o genitor se aproxima da paciente […], os batimentos cardíacos ficam altos, já tendo chegado a 190, sendo que já aconteceu por cerca de três vezes”, falou uma enfermeira ouvida como testemunha pela investigação.
O cr1me foi flagrado por imagens gravadas pela equipe de enfermagem durante uma madrugada de maio e exibido durante o programa Profissão Repórter. O homem foi preso no dia 13 de maio pela Polícia Civil por suspeita de estupro de vulnerável.
“Alguém completamente vulnerável sendo abusada por aquele que devia guardá-la. Tem casos que nos tocam demais. Somos humanos”, disse Kelly Cristina Sacchetto, delegada seccional em São Bernardo do Campo, em reportagem do g1.
SITUAÇÃO DA JOVEM
A jovem está internada no hospital desde 3 de abril, quando foi a uma festa e sofreu uma parada cardiorrespiratória após fumar um cigarro eletrônico, o vape. Ela sofria de asma e havia esquecido a “bombinha” que usava durante as crises respiratórias. Como ficou sem respirar por um tempo considerável, acabou tendo sequelas: não fala e tem dificuldades para mexer o corpo. Segundo a equipe que a atende, a paciente tem compreensão e entende o que acontece ao seu redor, mas não consegue se comunicar.
CENAS GRAVADAS
Enfermeiros flagraram diversos momentos em que o pai abusava da própria filha dentro do hospital. As imagens acabaram encaminhadas ao 2º Distrito Policial (DP) e foram determinantes para a Justiça decretar a prisão do suspeito.
Os enfermeiros também observaram o comportamento da garota de 17 anos: ela ficava agitada toda vez que o pai se aproximava durante as visitas dele no leito hospitalar. Num dos relatos, uma enfermeira contou que pediu para a paciente piscar os olhos fortes para saber se ela tinha medo do pai. De acordo com a testemunha, ela confirmou.
VISITAS SUSPEITAS
As visitas que ele fazia à filha eram sempre à noite. Durante o dia e à tarde a mãe da jovem e uma tia ficavam no quarto. Os enfermeiros também relataram que quando o homem aparecia na UTI, ele insistia para fechar as cortinas e poder ficar sozinho com a filha. Essa atitude chamava a atenção da equipe de médicos e enfermeiros. As cortinas precisavam ficar abertas para que pudessem monitorar os equipamentos que mediam os batimentos cardíacos da jovem, por exemplo.
O QUE DIZ A DEFESA
A defesa do homem diz que seu cliente alega inocência. Segundo o advogado do acusado, ele nega veementemente as acusações. E diz que as gravações não confirmam com exatidão a prática do cr1me.
ESPOSA SE MANIFESTOU
A esposa do preso e mãe da garota falou que “ele não fez nada”. O rosto do marido dela foi borrado na reportagem porque, como ele é pai da vítima, sua identificação poderia, também, revelar a identidade da jovem.
PROVAS
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) concluiu que a adolescente apresentava “lesões compatíveis com a prática de atos libidos” e que a data provável do acontecido seria “recente”.
“Tivemos a constatação, realmente, através do exame de corpo de delito, que é o documento mais importante, onde realmente se constatou o abuso sexual, as lesões provenientes desse abuso que esse pai cometia”, complementou a delegada.
-Fonte – Meio Norte