CPI do ‘arroz do Lula’ já está próximo de 100 assinaturas

Transações realizadas por empresas sem tradição na comercialização de arroz levantaram suspeitas da oposição no Congresso. O deputado federal tenente-coronel Luciano Zucco (Republicanos-RS) apresentou na semana passada um pedido para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a compra de 263,3 mil toneladas de arroz pelo governo Lula.

Conforme divulgado anteriormente, das quatro empresas vencedoras do leilão, a maior é um estabelecimento do Amapá especializado na venda de leite e derivados. A empresa Wisley A. de Sousa LTDA, operando como supermercado “Queijo Minas”, será responsável pela entrega de 147,3 mil toneladas do grão, em uma transação superior a 736 milhões de reais. Poucas informações estão disponíveis sobre este mercado, exceto suas redes sociais pouco ativas e contatos telefônicos, como reportou a Crusoé na semana passada.

Outra transação sob suspeita envolve um empresário de Brasília que, no passado, admitiu à Justiça ter pago propina para obter um contrato com a Secretaria de Transportes do Distrito Federal. Ele representa a ASR Locação de Veículos e Máquinas, sediada em Brasília, que foi a segunda empresa com maior arremate no leilão.

De acordo com o deputado Zucco, aproximadamente 100 parlamentares já assinaram o requerimento para a CPI. Para que a comissão seja instalada, são necessárias 171 assinaturas, e a expectativa é alcançar esse número ao longo desta semana.

A oposição ao governo Lula não se limita à CPI. Na semana passada, parlamentares protocolaram uma representação junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar possíveis fraudes no processo de compra. O deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS) argumenta que, dos 28 lotes de arroz disponíveis, apenas 17 foram arrematados, e destacou que várias empresas envolvidas possuem baixo capital social.

A compra de arroz importado foi uma medida do governo federal para regular o mercado interno, embora produtores nacionais tenham reiterado que não há risco de desabastecimento do produto no Brasil.