‘Já passei por tanta coisa, não é afogada que eu vou morrer’, diz sobrevivente que foi arrastada por correnteza
A reportagem da RBS TV entrevistou a mulher que foi flagrada em vídeo sendo arrastada pela correnteza do Rio Pardo, em Candelária, a 155 km de Porto Alegre. Viviane Roselei Blak, de 46 anos, é uma sobrevivente do temporal que já deixou 10 mortos e 21 desaparecidos no RS.
Viviane estava acompanhada do genro. A mulher tentava chegar na casa da filha, para conferir a situação no local, em razão das inundações na região. Em determinado momento, ela largou a mão do homem e foi tentar avançar sozinha, mas acabou sendo levada pela água.
“As duas primeiras vezes que eu abaixei, engoli muita água. Aí eu pensei: ‘Já passei por tanta coisa, não é afogada que eu vou morrer’. Foi quando me deu a ideia de mergulhar, tentar fugir do redemoinho”, relembrou a mulher.
A sobrevivente relata que após conseguir se desvencilhar do redemoinho seguiu flutuando. O momento foi registrado pelos repórteres de GZH, do Grupo RBS, Paulo Rocha e Camila Hermes.
“Não sei onde eu tirei força, meus braços estão doendo, de nadar. Eu vi os bombeiros, a polícia, mas não sabia se alguém escutava”, contou.
Os momentos de pânico se intensificaram quando Viviane percebeu que o apelo não tinha sido ouvido.
“Quando eles deram a volta, eu pensei: ‘pronto, agora vou ter que ficar aqui até amanhecer o dia’. Eu olhava pra baixo e a água continuava a subir. Foi quando eu me dei conta de que tinha uma árvore atrás de mim e eu pensei: ‘vou ter que subir e aguardar'”, ponderou.
A tranquilidade, enfim, chegou quando uma moradora ouviu o chamado e acionou socorro.
“Ele [um morador] pulou na água, me resgatou, me pôs nas costas. Daí me levaram para o hospital”, disse.
De acordo com a Defesa Civil, Candelária é o município que mais concentra os casos de desaparecidos em razão do mau tempo. São oito casos, segundo o balanço divulgado nesta quarta-feira (1º).
Fonte – g1