PM demitido após morte de jovem em festa alega disparo acidental
O cabo da Polícia Militar de São Paulo (PMSP), Ivanildo Sebastião dos Santos, preso pela morte de uma jovem de 20 anos durante uma festa no bairro de Bom Sucesso, em Guarulhos (SP), foi demitido do cargo na sexta-feira (26/4). O militar está preso preventivamente desde o ano passado e aguarda julgamento. Ele alega que a morte foi causada por um disparo acidental.
De acordo com o depoimento prestado por Santos à Polícia Civil de São Paulo, o militar de 31º Batalhão de Polícia Metropolitano participava de uma festa privada na casa de um amigo quando decidiu tomar um banho. Ele teria deixado sua arma sobre um balcão e, ao sair do banho, encontrou a vítima, Karine Cristina Ramos Alves, namorada do dono da casa, empunhando a pistola.
O militar afirmou que Karine perguntou se a arma, uma pistola Glock calibre .40, estava mesmo funcionando. Santos teria tentado pegar a arma de volta quando a pistola disparou, atingindo a mulher na cabeça. Uma equipe de atendimento médico de urgência foi chamada ao local, mas Karine já estava morta.
A Polícia Civil foi acionada e, segundo o relato dos agentes que atenderam ao chamado, Santos se apresentou de forma espontânea. Ele foi preso em flagrante por homicídio culposo, sem intenção de matar, alegando disparo acidental. O militar acabou sendo solto no dia seguinte ao incidente, após a audiência de custódia, mediante cumprimento de medidas cautelares.
Na versão da irmã de Karine, que estava na festa, a jovem teria morrido em uma brincadeira de “roleta russa” após ser desafiada por Santos. Karine teria dito que não tinha medo da arma. Santos então teria pedido para ela contar até cinco e realizado o disparo.
No velório da jovem, um homem armado foi visto filmando as testemunhas com um celular. Ele foi dominado pelos parentes e amigos de Karine. A Polícia Militar foi acionada e levou o homem, que se identificou como integrante da Corregedoria da PM.
A prisão preventiva de Santos foi decretada após a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), que acusou o militar de homicídio qualificado, com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Ele foi levado ao presídio militar Romão Gomes.
No trâmite do processo, a Justiça solicitou uma perícia na arma de Santos, buscando verificar a possibilidade de um disparo acidental. De acordo com sites especializados, a Glock .40 é considerada uma das armas mais seguras do mundo. Ela traz uma sequência de três travas de segurança, sendo um externa, localizada no gatilho, e duas internas, que só são desativadas com o acionamento da primeira.
A defesa de Santos busca a revogação da prisão preventiva antes de o militar ser levado a júri popular. O julgamento está marcado para o dia 15 de agosto, no Foro de Guarulhos. A demissão de Santos foi assinada pelo comandante da PMSP, coronel Cássio de Freitas.
Fonte – Metrópoles