Mãe de criança que teve órgão genital decepado contradiz em depoimentos: Veja
Tanto a mãe, de 27 anos, quanto o padrasto, de 26 anos, estão sendo investigados pelo ocorrido.
A mãe do menino de cinco anos, cujo órgão genital foi decepado na cidade de Canindé, Ceará, deu depoimentos contraditórios às autoridades policiais e às equipes médicas dos hospitais onde a criança foi atendida. De acordo com documentos do inquérito obtidos pelo G1, a mãe inicialmente alegou que a mutilação ocorreu devido a uma picada de inseto. Posteriormente, contudo, ela afirmou que o menino se machucou ao sentar em um arame de caderno.
A descoberta da mutilação aconteceu em 6 de dezembro, quando o menino foi levado ao Hospital Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza, com seu órgão genital dilacerado e parte do membro em um recipiente de isopor. Tanto a mãe, de 27 anos, quanto o padrasto, de 26 anos, estão sendo investigados pelo ocorrido.
A equipe médica do IJF relatou que a mãe afirmou que o menino se feriu ao sentar em um arame de caderno em casa. No entanto, em seu depoimento à polícia, ela alegou que o garoto foi picado por um inseto em 28 de novembro, desenvolvendo coceira na área desde então.
A mãe disse que o levou à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Canindé, onde ele foi medicado, mas continuou reclamando de dor nos dias seguintes. No dia 6 de dezembro, a pele de seu pênis teria caído, levando-o a ser transferido para o IJF, onde passou por uma cirurgia de reimplantação no mesmo dia.
Segundo o relatório médico, o garoto teve seu órgão genital desmembrado e foi submetido à cirurgia de reimplantação imediatamente após sua chegada ao IJF. Ele permaneceu internado por aproximadamente duas semanas, recebendo tratamento e tomando antivirais para prevenir infecções sexualmente transmissíveis (IST).
O padrasto foi preso em flagrante e indiciado por lesão corporal grave, com sua prisão convertida em preventiva. A mãe foi autuada por omissão, mas está em liberdade, ambos proibidos de ter contato com a criança.
Garoto recebe apoio
O menino está atualmente em recuperação após a cirurgia de reimplantação, mas espera-se que passe por outra intervenção nos próximos meses para reconstrução estética do órgão genital. A família abriu uma campanha online para arrecadar fundos para despesas médicas, psicológicas e cirúrgicas, já tendo alcançado a meta estabelecida.
Além da mutilação genital, a equipe médica em Fortaleza observou marcas de cicatrização no pescoço, rosto, coxas, peito e nuca da criança, sugerindo possíveis agressões físicas.
O inquérito policial foi concluído e encaminhado ao Poder Judiciário, concedendo a guarda unilateral da criança ao pai biológico. A mãe e o padrasto estão proibidos de contatar a criança, e a mãe foi ordenada a pagar pensão alimentícia, sob pena de prisão.
O pai do menino só foi informado do ocorrido após a internação, quando a polícia entrou em contato com ele. Ele e sua família mudaram de cidade por receio de represálias da família do padrasto e da mãe do menino.
Desde a mutilação, a criança recebe acompanhamento psicológico e consulta médica regular com urologistas para monitorar a cicatrização da cirurgia de reimplantação genital.
Com informações do g1