“Atirou no meu filho para matar”, diz pai de baleado por PM no litoral
Homem desarmado levou dois tiros de PM em São Vicente, no litoral de SP, após se negar a colocar a mão na cabeça e tentar agredir policial.
São Paulo — O pai do homem que estava desarmado e levou dois tiros de um policial militar, na tarde de sexta-feira (9/2), em São Vicente, no litoral paulista, disse que a confusão começou porque seu filho se negou a colocar a mão na cabeça e que o PM “atirou para matar”.
“Como meu filho não colocou, ele agrediu meu filho. Essa agressão foi com soco. Meu filho tentou revidar, aí ele sacou a arma, deu um tiro na perna do meu filho e depois deu um tiro embaixo do braço”, contou o supervisor de Ricardo de Araújo à TV Tribuna.
“Ele só queria ver a pessoa com a mão na cabeça. Parecia uma questão de ego pessoal. Falei: ‘por favor, não faça isso, não atira, não atira’. Não teve jeito, ele atirou no meu filho para matar”, disse.
Imagens enviadas ao Metrópoles (veja abaixo) mostram a confusão que acabou com o rapaz baleado. Diversos moradores da região, entre eles mulheres e idosos, aparecem reunidos ao redor de um grupo de PMs na Rua Primavera. Durante uma discussão, o agente atira na perna de um homem, que ficou mancando após ser baleado.
Na sequência, Araújo tenta argumentar com o policial, mas é empurrado e cai no chão. Mesmo baleado, o filho dele volta para perto do PM, que o segura pelo braço para levá-lo para a viatura policial. O homem tira a camisa e tenta agredir o policial com um soco. O PM revida e acerta mais um tiro no rapaz, que cai no chão ensanguentado.
Segundo a Polícia Militar (PM), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para resgatar a vítima, que seria um terceirizado da Prefeitura de São Vicente. O homem foi encaminhado ao pronto-socorro com um tiro no tórax, e transferida ao Hospital do Vicentino.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso foi registrado como tumulto de moradores que se atentaram contra a equipe policial. A pasta afirma ainda que a ocorrência não tem relação com a operação de combate ao cr1me organizado que está em curso na Baixada Santista.